domingo, 12 de julho de 2015

O que me falta afinal?


"O que me falta afinal?" 
Encarei a tela do computador por uns trinta minutos antes de escrever essa pequena frase. Foram torturantes trinta longos minutos... Sabe aquela sensação de vazio que vem a noite e te impede de dormir? Nem isso eu tenho mais.
Talvez, o meu modo blasé de lidar com a dor tenha me tornado cética, fria, um tanto danificada, deficiente para com os outros sentimentos... Há quanto tempo eu não sei o que é me apaixonar?
Não falo apenas sobre me apaixonar por alguém, mas sim sobre me apaixonar por algo, qualquer coisa que prenda minha atenção o suficiente pra que eu possa depois ficar criando mil e uma insinuações...  Há quanto tempo eu não me sinto inspirada para escrever? Quem diria que até escrever, algo que eu fazia com constância, amor, prazer, algo que me deixava livre, leve, quem diria que até isso eu perdi... Aliás a perda tem sido frequente em minha vida ultimamente. 
Parece que tudo o que eu toco vai morrendo aos poucos...
A morte é algo engraçado, porque, ao mesmo tempo em que é a nossa unica certeza na vida, é o nosso maior medo.. Mas também não é sobre isso que quero falar.
Quero falar sobre mim, sobre a vida, sobre meus sentimentos adormecidos, sobre o tempo imenso que passei me preocupando com situações irreversíveis, que passei pensando odiar enquanto no fundo eu estava completamente apaixonada, quero falar sobre a falta que me faz quando o vazio era apenas um pequeno buraco escondido pelo sorriso, e que hoje me tomou por inteiro e não mais me incomoda. 
Queria voltar no tempo, mas não pra corrigir, mas sim pra ver, perceber onde foi que minh'alma se perdeu, pra que agora eu pudesse encontrá-la. Eu estou cansada. Cansada de não mais sentir, de sorrir pra tudo e todos, de não mais acreditar, cansada de ser tão fria, tão oca, tão insensível, tão cheia de muros...
Eu gostava de me perceber nos outros, gostava do meu reflexo nos seus olhos, gostava de ver meu reflexo em todos os olhos que passaram por mim. Hoje eu não me reconheço no meu próprio reflexo no espelho. Espelho esse que já foi meu melhor amigo e hoje me mostra uma mascara que vesti há tanto tempo que até parece fazer parte de mim.
Eu acabei de perceber que vivo muito para os outros, eu vivo para fazer os outros felizes. Passo tanto tempo cuidando, me preocupando, me doando para os outros, tentando ser uma boa filha, boa amiga, boa irmã, uma boa influencia, enfim, tentando ser perfeita para os outros que acabo me esquecendo de ser perfeita para mim. Quero dizer, não pode ser possível que depois de tudo,  depois de tanto tempo buscando minha independência sentimental, espiritual, e afins, não é possível, não quero crer que minha felicidade dependa tanto assim de um outro alguém. Isso não faz parte de mim ou melhor, eu não quero que faça parte de quem eu sou. 
O amor é um jogo mortal, não importa como ou por que, alguém sempre sai ferido. Certa vez ouvi dizer: "as árvores existem, o amor não" e isso mudou de certa forma meu modo de lidar com essa coisa que todos nós corremos atrás, mas que corremos quando ele está atrás de nós. Sei lá, talvez eu tenha uma leve tendencia masoquista, uma tendencia de querer o errado, o difícil, o dramático, o complicado, uma tendencia a querer sempre o que vai me machucar, pra depois ficar "curtindo" a dor, a perda, o vazio...
Dizem que os vilões não merecem ter o seu final feliz, será que eu sou um deles ou será que meu caso ainda tem solução? Talvez eu tenha criado minha própria maldição, talvez meu feitiço tenha virado contra a feiticeira... 
Talvez pela lei do retorno, "amaldiçoar" com o amor, te faça ser "amaldiçoado" por ele ou pela falta dele...
Ah, o amor... No fim é isso que me falta, é isso o que nos falta.
"Eu desejo que você ame tanto alguém, que só o fato de se imaginar sem essa pessoa te faça perder o ar. Desejo também que esse amor seja recíproco e  que você tenha toda as chances de vivê-lo. E então você terá o seu final feliz!"

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